Diabéticos sedentários gastam mais com consultas clínicas do que diabéticos ativos.

Aumento da captação de glicose periférica e aumento da sensibilidade à insulina são alguns efeitos do exercício físico, explicam pesquisadores.

  Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista revelou que quando comparados aos diabéticos ativos, os sedentários apresentaram gastos com consultas em clínico-geral 63% superiores. De acordo com o texto, quando comparados ativos e sedentários, observa-se economia a cada 100 pessoas, de aproximadamente R$ 6.500,00 reais/ano para os fisicamente ativos.

A pesquisa “Prática de atividades físicas e custo do tratamento ambulatorial de diabéticos tipo 2 atendidos em unidade básica de saúde” também mostrou que gastos com medicamentos para o tratamento de outras doenças são 128% superiores em diabéticos sedentários. Ao todo, dados de 121 diabéticos do tipo 2, atendidos pelos SUS na cidade de Bauru (SP), foram analisados. Seus autores são Jamile Sanches Codogno, Rômulo Araújo Fernandes e Henrique Luiz Monteiro e o trabalho foi publicado em fevereiro desse ano nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia.

De acordo com os pesquisadores, por ser o tratamento medicamentoso de alto custo e apresentar contraindicações e problemas no entendimento quanto à dosagem adequada, a Sociedade Brasileira de Diabetes apresenta estratégias de intervenções não medicamentosas que devem ser adotadas em primeira instância, sendo o tratamento medicamentoso iniciado quando mudanças no estilo de vida (controle alimentar e práticas de atividades físicas) não são suficientes para o controle da doença.

“Nesse contexto, a prática de exercícios físicos, sobretudo os aeróbios, exerce influência significativa no combate ao DM tipo 2 (DM2). Sua relação com a doença ocorre devido à ação direta sobre indicadores, como colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL), na qual indivíduos com escores mais elevados de atividade física apresentam menores concentrações sanguíneas dessas estruturas. Esse poder depressor da atividade física deve-se à maior utilização dos lipídeos circulantes como fonte de energia na realização das tarefas motoras, bem como após o término do trabalho muscular, com o intuito de restabelecer os estoques energéticos. Além disso, durante a ação dos mecanismos acima citados, existe subsequente aumento de sensibilidade da membrana celular à ação insulínica, fator que diminui as concentrações de insulina e glicose circulantes”, explica a equipe no artigo.

O estudo explica ainda que a atividade física influencia de maneira positiva as funções cognitivas, transtornos de humor e sono, trazendo sensação de bem-estar. E que essas variáveis, quando associadas, podem ser responsáveis pela diminuição das consultas médicas, uma vez que os pacientes têm uma autopercepção de melhora com o exercício físico e passam a procurar por serviços médicos apenas quando é realmente necessário.
Segundo o grupo, essas alterações fisiológicas caracterizam a atividade física como meio não farmacológico importante no combate ao DM2, entretanto, existem poucas evidências na literatura que apontem se os benefícios fisiológicos do exercício são suficientes para reduzir a demanda dos procedimentos de saúde e respectivos custos das condutas ambulatoriais.

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