MP recebe, com atraso, inquérito que indicia Marcelinho PB por estupro.

Delegada entregou inquérito com dois meses de atraso.
Ministério Público tem 15 dias para se posicionar sobre o caso.


Polícia Civil mantém indiciamento de Marcelinho por suposta tentativa de estupro (Foto: Karoline Zilah/G1)MP analisa se vai denunciar Marcelinho Paraíba por
estupro.
Após dois meses de estar concluído, o promotor Marcus Leite, do Ministério Público em Campina Grande, recebeu o inquérito que indicia o jogador Marcelinho Paraíba por estupro nesta quarta-feira (13). A delegada Herta de França, da Delegacia da Mulher, disse à imprensa na segunda quinzena de abril que já havia concluído o segundo inquérito do caso e encaminhado ao MP, porém, o órgão negou que tivesse recebido o documento.

O Ministério Público disse que emitiu dois oficios à delegada para que ela entregasse o inquérito. O último, entregue na terça (12), dizia que Herta deveria encaminhar o documento imediatamente, sob pena de crime por desobediência. O G1 tentou entrar em contato com a delegada para saber o motivo do atraso de dois meses, mas ela não atendeu aos celulares e nem se encontrava na delegacia.

Segundo Marcus Leite, promotor responsável pelo caso, o inquérito ainda vai ser apreciado e ele tem um prazo de 15 dias para definir qual a posição do Ministério Público sobre o caso, ou seja, se vai denunciar o jogador. O promotor Romualdo Tadeu, anteriormente responsável pelo caso, rejeitou o primeiro inquérito por falta de provas e o devolveu à delegacia. Herta de França tinha um mês, a partir de março, para fazer novas diligências e então entregar o novo documento.
De acordo com informações passadas pela delegada à época que garantiu que o inquérito estava concluído, Marcelinho Paraíba foi indiciado com base no artigo 213 do Código Penal Brasileiro, que criminaliza o constrangimento mediante violência ou ameaça, com a finalidade de ter conjunção carnal ou a praticar qualquer outro ato libidinoso. O promotor Marcus Leite não pode confirmar o indiciamento porque ainda não analisou o processo.

Logo depois da notícia de que a Polícia Civil manteve o indiciamento do jogador, o advogado de defesa Afonso Vilar declarou que esperava o arquivamento do inquérito por parte do Ministério Público da Paraíba. Para o representante do indiciado, a delegada Herta de França apenas acrescentou novos depoimentos ao inquérito, mas não apresentou provas de que o jogador seria o responsável pelas lesões encontradas na advogada que o denunciou. Segundo a mulher que diz ter sido atacada, o jogador a teria machucado e ameaçado ao forçar beijos durante uma festa.
Jogador Marcelinho Paraíba é levado para carceragem da Central de Polícia de Campina Grande (PB) (Foto: Karoline Zilah/G1)Marcelinho Paraíba foi detido com mais três amigos
em novembro de 2011.
Entenda o caso
De acordo com o delegado Fernando Zoccola, a suposta vítima afirmou em depoimento que o crime aconteceu de madrugada em uma festa no sítio do jogador em sua cidade natal, Campina Grande, para comemorar a ascenção do Sport, time em que jogava, à Série A do Campeonato Brasileiro. O caso aconteceu em novembro de 2011.

Segundo ela, Marcelinho forçou um beijo e a agrediu, puxando seus cabelos. A mulher apresentava cortes na boca e foi levada para a Unidade de Medicina Legal (UML) para ser submetida a um exame de corpo de delito.

Além de Marcelinho Paraíba, outros três amigos foram detidos durante o tumulto. Eles foram indiciados por resistência à prisão e desacato a policiais militares. Na ocasião o jogador chegou a ser preso no presídio Serrotão e foi liberado após uma determinação da Justiça.

Durante as investigações o irmão da vítima, o delegado Rodrigo Pinheiro, foi afastado de suas atividades na 5ª Delegacia Distrital de Campina Grande depois de ter sido acusado pelo jogador de ter voltado à festa com a Polícia Militar e ter efetuado disparos, após ter tirado a irmã do local.

Em entrevista no dia da prisão do atleta, Rodrigo Pinheiro negou ter atirado e disse que, na verdade, os policiais militares efetuaram alguns disparos para cima porque estavam sendo cercados por pessoas armadas que queriam impedir a prisão de Marcelinho.

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