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Os delegados dos quase 200 países presentes à Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, criticaram, em reunião fechada, na noite deste sábado (16), o rascunho do texto final da conferência apresentado pelo Brasil. O G1 teve acesso à fala dos delegados da União Europeia, Estados Unidos, G77-China, Canadá, Suíça, Bolívia, Japão, Quênia e Equador. A maioria deles afirmou que falta “ambição” ao texto e detalhes quanto às ações necessárias para alcançar o desenvolvimento sustentável. O rascunho do documento final da Rio+20, ainda em análise pelos países participantes da conferência, não eleva ao status de agência o Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente, o Pnuma, descarta fundo bilionário para países pobres e adia a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O delegado da União Europeia disse que o bloco “não foi ouvido” nas negociações. “O texto não é suficientemente ambicioso. Temos muito trabalho a ser feito ainda em pouco e precioso tempo”, afirmou na reunião, presidida pelos negociadores-chefes do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo e André Corrêa do Lago. O bloco G77+China, do qual o Brasil faz parte ao lado de outros países em desenvolvimento, afirmou que as delegações “terão dificuldade” em demonstrar aos chefes de Estado e governo que assumiram “compromissos importantes”. Além da reação dos delegados que participam da negociação, membros da sociedade civil também criticaram o rascunho. Para a WWF, faltou novidade na proposta. “Este texto da presidência brasileira [da Rio+20] só recicla velhas histórias. Há muito pouca coisa nova que já não tenhamos tido compromisso antes. Nós gostamos de reciclagem, mas não de compromissos políticos”, criticou Lasse Gustavsson, presidente da delegação da organização WWF na Rio+20. “A parte forte do texto é a que trata dos oceanos. Isso não é surpresa, porque é a última parte do patrimônio global que ainda não foi regulada”, analisa. |
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