O sexto dia de protestos contra o aumento
das tarifas do transporte público levou milhares para as ruas em
caminhadas pacíficas pela capital paulista, mas também foi marcado por
atos isolados de violência. Nesta terça-feira (18), houve detidos por
saques e foi registrado confronto com a PM na Rua Augusta.
O protesto começou com concentração na
Praça da Sé pouco depois das 17h. Os jovens se dividiram em diferentes
grupos e seguiram para a Prefeitura de São Paulo, para o Terminal Parque
Dom Pedro II e para a Avenida Paulista.
Mais tarde, eles também se reuniram em uma
rua no Paraíso, em frente ao edifício onde mora o prefeito Fernando
Haddad. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também registrou
ocupações de vias em áreas longe do centro. O Movimento Passe Livre
(MPL) ressaltou em nota a ampliação dos atos pela cidade. "O protesto
generalizado que ocorreu hoje em São Paulo tornou claro o nível de
indignação da população entorno aumento da tarifa. Os atos se espalharam
não somente pelo centro como por diversas regiões da periferia da
cidade, como Cidade Dutra, Raposo Tavares, Socorro e ’Boi Mirim",
afirmou o MPL.
Entretanto, os dois principais pontos de
destino dos manifestantes nesta noite foram a Avenida Paulista e a sede
da Prefeitura, no Viaduto do Chá. A PM não divulgou uma estimativa final
do público. Para o Instituto Datafolha, 50 mil participaram dos atos.
No Centro, após discussões entre
manifestantes que tentavam impedir o vandalismo, a sede da administração
municipal foi alvo de uma tentativa de invasão. Portas foram depredadas
e a Guarda Civil Metropolitana, que fazia a segurança, evitou o
confronto e se refugiou no interior do prédio.
No horário do ato na Prefeitura, o
prefeito havia deixado a sede da administração municipal para uma
reunião com a presidente Dilma Rousseff e foi orientado a não retornar
ao edifício. Do lado de fora da Prefeitura, um carro de transmissão da
TV Record e um posto policial foram incendiados pelos manifestantes.
A emissora informou, em nota, que "todos
os profissionais que trabalhavam na transmissão ao vivo das
manifestações em São Paulo escaparam ilesos do incêndio no caminhão
usado para a captação de imagens". A emissora também disse lamentar o
episódio de violência de “pequenos grupos”.
Um banco também foi depredado em uma
esquina da Praça do Patriarca, nas vizinhança da Prefeitura. Saques
ocorreram em lojas do Centro e pelo menos oito pessoas foram detidas.
Relógios, televisões e peças de roupas foram apreendidas com os detidos.
As ocorrências foram registradas no 1º Distrito Policial, na Liberdade,
no 8° Distrito Policial, no Belém.
Os detidos devem ser indiciados por furto,
formação de quadrilha, depredação e invasão e danos ao patrimônio. A
Polícia Civil acredita que os suspeitos detidos não integrem o movimento
contra as tarifas, mas que tenham se aproveitado das aglomerações para
cometer crimes.
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