“As mulheres paraibanas representam
atualmente uma maioria absoluta na população de fumantes do Estado”,
afirmou a diretora técnica de Ciência, Tecnologia Médica e Correlatos da
Agevisa/PB, Helena Lima, Segundo ela, do total de 414.318 fumantes
existentes na Paraíba, 223.347 são mulheres, conforme dados
disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde.
Helena Lima disse também que as mulheres
enfrentam dificuldades bem maiores para se libertar do uso do cigarro.
“Como bem observou a cardiologista Jaqueline Issa, do Instituto do
Coração de São Paulo (Incor), na última quarta-feira (29), em João
Pessoa, a mulher tem mais dificuldade de deixar o cigarro do que o homem
por questões emocionais, especialmente em razão da dupla jornada de
trabalho e à consequente exposição a um grau bem maior de stress. O
cigarro, neste caso, acaba funcionando como um redutor de tensão”,
enfatizou.
O evento citado por Helena aconteceu na
manhã de quarta-feira (29) no auditório do Conselho Regional de
Medicina, no Centro de João Pessoa/PB. Promovido pela Secretaria de
Estado da Saúde, com a participação efetiva da Agevisa/PB e o apoio de
Planos de Saúde e de entidades como a Associação Médica da Paraíba a
Sociedade de Pneumologia, entre outras, o seminário teve por objetivo
discutir a importância da prevenção e do controle do tabagismo e seus
fatores de risco, com ênfase para a elevação da incidência no sexo
feminino.
Presente ao debate, o diretor geral da
Agevisa/PB, Jailson Vilberto, ressaltou a determinação do Governo do
Estado no sentido da efetivação de políticas eficientes de promoção da
saúde da mulher. “Nesse sentido, a Agevisa/PB trabalha, em todas as suas
áreas de competência, com o objetivo de zelar pela segurança e promoção
da saúde da mulher. E neste processo de conscientização frente à maior
gravidade do tabagismo em relação à mulheres fumantes, nós também
estamos empenhados tanto no sentido de promover ações quanto de apoiar
iniciativas como esta realizada pela Secretaria da Saúde”, comentou.
No seminário, a cardiologista Jaqueline
Issa, que coordena o Programa de Tabagismo do Incor, observou que o
tabagismo pode causar danos bem maiores às mulheres do que aos homens
fumantes. Por exemplo, ela citou informação do Instituto Nacional do
Câncer (Inca) de que as mulheres apresentam risco bem maior de ter
câncer de pulmão com exposições menores do que os homens. “Calcula-se
que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com
menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas
mulheres com mais de 65 anos”, acrescentou.
“Durante os períodos de gravidez, as
mulheres têm os níveis de risco ainda mais aumentados, conforme dados do
Ministério da Saúde”, comentou Helena Lima, da Agevisa/PB. “Dentre os
problemas mais comuns – continuou -, estão os abortos espontâneos,
nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de
recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia
(sangramento). Tais problemas se devem especialmente aos efeitos que o
monóxido de carbono e a nicotina exercem sobre o feto, após a absorção
pelo organismo materno”.
Ressaltando os benefícios que a
abstenção ao fumo proporciona à saúde humana, ela afirmou que doenças de
ordem cardiovasculares, crônicas respiratórias e também os vários tipos
de câncer, inclusive de colo de útero, podem ser evitadas a partir do
ato de não fumar, à medida que as mesmas estão diretamente relacionadas
ao tabagismo. “Cada cigarro a menos é um tempo a mais de vida”, afirmou.
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