O presidente Luiz
Inacio Lula da Silva (PT) disse, nesta segunda-feira (7), para o presidente dos
EUA, Donald Trump, dar “palpite na sua vida e não na nossa”. O chefe do
Executivo afirmou que o Brasil tem leis, regras e o povo brasileiro como dono.
Mais cedo, Trump defendeu Jair Bolsonaro (PL) e declarou que o ex-presidente é
alvo de "caça às bruxas".
"Esse
país tem lei, esse país tem regra e esse país tem um dono chamado povo
brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida e não na nossa", afirmou o
presidente durante uma coletiva depois da Cúpula do Brics no Rio de Janeiro.
Mais
cedo, o presidente já havia se pronunciado por postagem no X, sem mencionar
nominalmente Trump. Lula afirmou que o Brasil é um "país soberano"
que não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja".
Entenda
a discussão
O presidente dos EUA
disse nesta segunda-feira (7) que "único julgamento que deveria estar
acontecendo é pelos eleitores do Brasil – é chamado de eleição". Também
pediu que Bolsonaro seja deixado "em paz" e acrescentou que vai
acompanhar "muito de perto" o que vem acontecendo contra o
ex-presidente e seus familiares e apoiadores.
Bolsonaro é réu na ação
penal do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura tentativa de golpe de Estado
no país após as eleições de 2022. Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o
ex-chefe do Executivo segue inelegível até 2030.
Logo após postagem de
Trump, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi
Hoffmann, reagiu nas redes sociais, declarando que o presidente dos EUA
"está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial
brasileiro".
"O tempo em que o
Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência
para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje, ele responde
pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no
Brasil", escreveu.