O bloqueio de celulares considerados
piratas, sem homologação da Anatel, está previsto para começar em 2014.
Como esses aparelhos deixarão de funcionar, é importante aprender a
identificar os modelos "xing-ling" – no ano passado, eles somaram 12,7%
de todo o mercado nacional, segundo a consultoria Strategy Analytics.
Carlos Lauria, vice-diretor do grupo de
celulares da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica), aponta que o primeiro passo para identificar um smartphone
falso é checar o selo ou código da Anatel. "Todos os aparelhos legais
possuem o selo da agência reguladora, logotipo ou número de
certificação." Com a numeração em mãos, o usuário pode pesquisar o
código no próprio site da Anatel, verificando assim sua legalidade.
Uma visita da reportagem a um centro
comercial de São Paulo, famoso por vender celulares piratas, não
encontrou nenhum smartphone falso com as informações da Anatel.
Caso ainda reste alguma dúvida ou não seja
possível verificar o selo, o usuário deve prestar atenção nas
características físicas. De acordo com Lauria, até as embalagens são
alertas. "Os celulares ilegais geralmente usam caixas genéricas, que
servem para qualquer aparelho", conta.
Durante a visita realizada pela
reportagem, diversos aparelhos foram oferecidos em uma caixa
completamente branca, sem nenhuma informação. Em outros casos, a
película do aparelho exibia diversas características inexistentes no
produto, como câmera de 12 megapixels, sistema Android e TV digital.
Questionada sobre os itens divulgados, a vendedora confirmou que nem
sempre o produto oferece as funções estampadas.
Com o smartphone na mão, é possível ver
detalhes que desmascaram a cópia: nomes errados, acabamento ruim,
acessórios genéricos ou de outras marcas, como a bateria ou o
carregador. A reportagem encontrou, por exemplo, um Samsung Galaxy S III
falso com uma bateria da marca Nokia.
Além dos acessórios, a equipe se deparou
com "modelos" que não existem, como o G-S-Y SIII, que é produzido como
se fosse da marca Samsung.
A falta de manual, ou em outra língua,
também pode ser um indício de que o produto é irregular. Se o
comerciante não oferecer garantia ou se recusar a emitir nota fiscal, o
usuário deve ficar atento. Nenhuma loja visitada pela reportagem
ofereceu garantia ou nota. Quando uma vendedora foi questionada sobre o
que o usuário deveria fazer se o gadget desse problema, a resposta foi
"jogar fora".
Se o aparelho for idêntico ao original,
outra possibilidade de avaliação é testar os recursos do gadget.
Geralmente, segundo o vice-diretor da Abinee, os aparelhos falsos não
cumprem o que prometem. "Já foram apreendidos celulares idênticos ao
Nokia N8 [que possui o sistema Symbian] rodando Android. Ou então um
smartphone que afirma possuir câmera de 13 megapixels e, na prática,
possui apenas 1,3 megapixel", explica.
Uma cópia do Nokia Lumia 920, encontrado
pela reportagem durante a visita, por exemplo, funciona com Android e
não com o Windows Phone, presente no aparelho original.
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