Por Simorion Matos
A
Praça João Pessoa sempre foi o principal ponto de referência da cidade
de Monteiro. Mais do que isso, foi e sempre será um espaço nobre para o
esperado reencontro, o gostoso bate papo, o lazer agradável.
É bom recordar a velha praça onde as manhãs começavam com o passeio das normalistas do colégio das Lourdinas.
Numa paralela, a Rua Padre Artur
Cavalcante com o Aero Club (depois Paraiban), o Cartório de Doutor
Jayme, a farmácia de seu Oswaldo, o casarão de Joaquim Lafayette, a casa
de Pedrosa Amador e a Casa de Monsenhor João Honório.
Na outra paralela, a Rua Getúlio Vargas
com a casa de Oscar Neves, o chalé de Nestor Bezerra, a casa de dona
Cordeira, o bangalô de Heronides Viana, a farmácia e a casa de seu
Alcindo, a casa de Silva Brito e o palacete de Doutor Jayme Menezes.
Numa transversal destacava-se a Casa Raphael, de Darcílio Gomes Raphael. Na outra transversal, a casa de Manoel Bento.
No meio desse território, a majestosa
praça cujo nome era gravado em grandes letras de cimento. O coreto
velho, que tinha o bar de Joquinha, abrigou grandes momentos, entre eles
o show de Nilo Amaro E Seus Cantores de Ébano, interpretando
“Uirapuru”, clássico do cancioneiro popular brasileiro.
Demolido o velho coreto na gestão de
Arnaldo Lafayette, anos depois foi construído um novo coreto, no
primeiro governo de Antônio Nunes. Nele, tínhamos o bar de Chico, com
animadas serestas, onde Zé Dedé e Didi de Abelardo eram assíduos
freqüentadores.
Foi nesse coreto que, numa certa madrugada
de domingo, vindos de um show que havia acontecido na vizinha cidade de
Sertânia, fomos acordar Chico, que abriu o bar. Na farra, que foi até o
dia amanhecer, estavam: este escrevinhador, o seresteiro Antônio
Tourinho, o então rei da roedeira Waldik Soriano e o seu empresário,
além de uma grande quantidade de fãs que invadiram o bar, quando
souberam da presença de Waldik.
Os pés de agalha que rodeavam a praça,
ofereciam a sombra amena das tardes caririzeiras. Em baixo de um deles,
mesmo na esquina em frente ao bar de Alamir, a cadeira de engraxate de
Manoel Pitelo.
Hoje modernizada, iluminada, com jardins,
parquinho infantil e anfiteatro, a Praça João Pessoa é cada vez mais o
ponto de encontro da comunidade monteirense. A praça de hoje é um
monumento de beleza e alegria. A de ontem, um canteiro de saudade.
Simorion Matos
Do IHGC – Instituto Histórico e Geográfico do Cariri Paraibano
MONTEIRO – MOMENTOS QUE VIVI (Episódio 31)
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