(FOLHAPRESS)
- Os Correios querem desligar pelo menos 10 mil empregados por meio do novo PDV
(programa de demissão voluntária), que será lançado como parte do plano de
reestruturação da estatal.
O ajuste nas contas da
empresa é um ponto central para sustentar a decisão dos bancos de conceder o
empréstimo de R$ 20 bilhões pleiteado pela companhia.
Como revelou a Folha,
os Correios abriram uma nova rodada de negociação para tentar atrair mais
instituições financeiras e reduzir o custo da operação, que terá garantia do
Tesouro Nacional. O aval soberano diminui o risco, já que a União honra os
pagamentos em caso de inadimplência.
A estatal enfrenta
grave crise financeira, com prejuízos crescentes desde 2022 e deve fechar 2025
com um rombo de R$ 10 bilhões. Sem recursos novos, projeções indicam que a
situação pode se agravar dramaticamente: o prejuízo pode atingir R$ 20 bilhões
em 2026 devido a multas contratuais por atrasos nos pagamentos a fornecedores
e, em um cenário extremo, chegar a R$ 70 bilhões em cinco anos.
Segundo pessoas envolvidas
na discussão, a meta exata do novo PDV ainda está sendo fechada, mas o patamar
de 10 mil funcionários é uma baliza mínima. A estatal tem hoje cerca de 85 mil
empregados, e o gasto com pessoal representa cerca de 72% dos custos da
empresa.