Juiz é detido após suspeita de dar tapa na cara de policial durante blitz da Lei Seca

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Um juiz de Campina Grande é suspeito de agredir e desacatar policiais militares na noite desta sexta-feira (2) durante uma operação da Lei Seca na cidade. Segundo o comandante da Companhia de Polícia de Trânsito de Campina Grande (CPTran), capitão Edmilson Castro, o magistrado foi reclamar porque o filho dele foi multado na blitz.

A acusação é contra o juiz Sérgio Rocha de Carvalho, da 4ª Vara Cível de Campina Grande. De acordo com o comandante, ele deu uma tapa na cara de um soldado e xingou os policiais. O magistrado, em entrevista ao G1, comentou que não houve agressão da parte dele. Segundo o juiz, os policiais é que foram responsáveis pelo excesso de força. Ele conta que questionou apenas a abordagem feita ao seus filhos quando os policiais com arma em punho o puxaram pela camisa.

O capitão Castro relatou que, logo no começo da blitz, na Rua Severino Cruz, no Açude Velho, os policiais perceberam que um condutor tentou desviar da fiscalização. Com isso, eles abordaram o veículo, solicitaram a documentação e convidaram o motorista a fazer o teste do bafômetro.

“Ele se recusou a entregar a documentação. Quando foi convidado a fazer o teste do bafômetro, também se recusou. Posteriormente ele apresentou os documentos e recebeu uma multa no valor de R$ 1,945 por ter recusado o bafômetro. Como ele não tinha sintomas de embriguez, ele nem precisava ser levado para a delegacia”, comentou o capitão Castro.

Segundo o comandante da CPTran, o juiz chegou a pé, com sintomas de embriaguez, questionando porque tinham abordado o filho dele. “Ele partiu para cima do cabo. Outro colega soldado tentou intervir e levou um tapa no rosto e foi xingado. Foi dada voz de prisão a ele. Até esse momento, ninguém sabia que ele era juiz. Quando foi pedida a identificação dele, ele disse que era juiz de direito e foi convidado a acompanhar os policiais até a Central de Polícia”, contou.

Na Central de Polícia, de acordo com o capitão Castro, o presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba já estava lá e explicou que, pelo fato de Sérgio Rocha ser juiz, não poderia ser encaminhado para a delegacia e nem autuado em flagrante por não se tratar de um crime inafiançável. Com isso, o magistrado foi liberado.

“Orientei o soldado a fazer o exame de corpo de delito e a prestar queixa na delegacia contra o juiz por desacato e agressão física. O exame já acusou que ele realmente foi agredido. Gostaria de deixar claro que o juiz não foi agredido em momento nenhum, apenas contido para não agredir ainda mais o policial”, declarou o capitão Castro.

O comandante da CPTran explicou que está elaborando um relatório para encaminhar para o Comando Geral da Polícia Militar e, em seguida, para a Justiça. “No meu entendimento, com essa postura, o juiz não desrespeitou apenas um policial, desrespeitou a sociedade como um todo. Enquanto um cidadão comum é flagrado na blitz e aceita numa boa, o filho dele ele não aceitou”, desabafou o capitão Castro.

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