Filha do vice-prefeito de Mari é presa por sequestrar bebê de 6 meses no sertão

Mayara Rafaela da Costa Ferreira pagou fiança e vai responder em liberdade

A jovem Mayara Rafaela da Costa Ferreira, filha do vice-prefeito de Mari, cidade localizada no Brejo paraibano, foi presa na noite da ultima sexta-feira (06), na cidade de Boa Ventura, acusada de seqüestrar um bebê de seis meses. O caso parece enredo de ficção, mas o drama foi real.
Segundo informações do delegado Cristiano Santana, a ação da jovem foi resultado do difícil quadro emocional que passou em face da perda de uma gravidez e a crise que enfrentava no namoro. Sem antecedentes criminais, estudiosa, trabalhadora e de família respeitada e séria da cidade de Mari, Mayara, que é acadêmica em direito, por um momento, perdeu a razão, e cometeu um crime grave, que teve e ainda terá fortes implicâncias em sua vida pessoal e profissional.
Ela foi autuada na manhã do sábado, 07, pelo delegado Cristiano Santana por sequestro de uma criança de seis meses e tentativa contra outra de dois, mas sua família pagou fiança de R$ 1,5 mil e a jovem retornou a Mari, onde vai responder ao processo em liberdade e certamente também deverá ser submetida a um tratamento psicológico.
Prisão
Maiara Rafael da Costa Ferreira, de 21 anos, que é de Mari, mas reside em João Pessoa, foi presa na PB-386, quando saía da cidade de Boa Ventura em direção a Ibiara, onde iria apresentar a criança aos sogros como sendo filho dela e do namorado. Um exame de DNA para provar a paternidade já havia sido marcado pela família do rapaz para este sábado em Conceição, mas a criança que ela levaria até eles era vítima de um sequestro.
Ela foi presa em um carro que era dirigido pelo namorado, mas os primeiros levantamentos policiais indicam que o jovem não sabia do crime e conduzia a namorada e o menino para a casa dos seus pais sem imaginar o plano criminoso que a mulher havia arquitetado para forjar a maternidade e segurar o relacionamento, que tem quase um ano. Os dois se conheceram em Ibiara, por onde ela passou como agente de planos de habitação como prestadora de serviço à Caixa Econômica Federal, mas sem vínculo empregatício com o banco.
De acordo com informações apuradas pela reportagem, meses antes, ela informou à família dele que havia engravidado de gêmeos e que uma das crianças não tinha sobrevivido, inclusive, segundo a mãe do rapaz, Maiara teria mandado laudos médicos indicando a suposta gravidez e foto do bebê morto, mas sempre houve desconfiança por parte dos familiares na história contada pela jovem, e agora acreditam que ela nunca esteve grávida ou que tenha perdido a gravidez, motivando-a ao plano de falsa maternidade. “É uma loucura isso, porque dias antes ela já havia mandado lá para casa também todas as coisas da criança, e agente começou a acreditar que era verdade, mas veja o que aconteceu”, comentou a mãe do jovem durante passagem pela delegacia de Itaporanga, onde foi buscar o filho.
Ele foi liberado pelo delegado, enquanto a namorada, que confessou ter planejado e executado o crime sem conhecimento do rapaz, foi autuada por sequestro.
A ação do sequestro
Conforme informações de familiares do rapaz, Maiara, que se encontrava em João Pessoa, combinou com o namorado para ir pegá-la em Diamante, mas a jovem desceu antes intencionada a encontrar uma criança e realizar seu plano.
A mulher desembarcou em Itaporanga e, em um abrigo de passageiros, interessou-se pela criança que estava com a avó e seguiu no mesmo carro para Boa Ventura, onde, inicialmente, tentou seqüestrar um outro bebê, conforme contou a própria mãe do recém-nascido. Ela chegou à residência dizendo que queria fazer uma doação de um enxoval infantil à família e pediu para tirar uma foto com o bebê, mas a mãe desconfiou e a acusada foi embora.
No entanto, não desistiu do seu plano e, depois de encontrar o namorado, foi até o sítio Várzea da Cruz, e, na residência da senhora com quem ela tinha viajado no carro de linha, conseguiu sequestrar a criança. “Ela chegou lá dizendo que uma mulher que tinha vindo com a gente no carro tinha sido morta e queria que eu fosse até o local com ela, mas eu disse que não podia ir porque estava cuidando das crianças, mas, no momento que eu entrei para a cozinha, ela pegou o menino e foi embora”, comentou a avó do bebê.
Mas, ao perceber o sequestro, um morador seguiu o carro de moto, momento que a polícia também foi acionada. Em uma ação rápida, os cabos Vieira, Demésio e o soldado Neves interceptaram o veículo na saída de Boa Ventura e conseguiram por fim ao sequestro, que comoveu a população. Alguns moradores tentaram linchar a acusada, que foi encaminhada, junto com o namorado para a delegacia de Itaporanga, onde passou toda a noite.

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