Caracterizado pela perda da biodiversidade
e degradação dos solos, o processo de desertificação atinge em cheio o
interior do estado da Paraíba que atualmente já consta mais de 71% de
seu território de semiárido afetado com o processo em estágio avançado.
De acordo com o Insa, Instituto Nacional
do Semiárido, localizado em Campina Grande, a situação está grave, ou
gravíssima em áreas do Seridó paraibano, na divisa com o Rio Grande do
Norte, e na região do Cariri, divisa com o estado de Pernambuco. Nessas
localidades, a desertificação é fruto da ação conjunta de alguns
processos, tais como a redução da caatinga, a redução de fertilidade, as
condições climáticas e a erosão.
Entretanto, para o professor Jonas Duarte,
pesquisador do Núcleo de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais, o
fator que mais influencia o desenvolvimento do fenômeno são as condições
antrópicas, ou seja, as condições geradas pelo próprio homem.
“A ação que mais influência o processo de
desertificação é a ação humana. O desmatamento degrada o solo que não
resiste aos índices pluviométricos. Aqui chove pouco, mais as primeiras
chuvas são sempre muito intensas e acabam levando o solo gerando um
regime pluviométrico desastroso”, explicou o professor.
Ações de recuperação – Atualmente o Insa
desenvolve algumas ações de recuperação do solo com a plantação de uma
vegetação adequada, tais como Agavi, Macambira e Palma Forrageira em
curva de nível.
Todas as ações contam com uma campanha de
conscientização da população, prevendo as alternativas para
enfrentamento dos processos de desertificação e mudanças climáticas.
Mais de 500 famílias tem sido beneficiadas com os projetos que agregam,
em sua maioria, os assentamentos do semiárido.
“O combate envolve diretamente a população
local. Precisamos prezar por medidas educativas que ensine a população a
lidar com o solo do semiárido e a conviver com o clima”, concluiu o
professor.
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