Mãe de suspeitos diz que filhos caíram em armadilha nos EUA

Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev foram apontados pelo FBI como responsáveis pela tragédia em maratona

 A mãe dos dois tchetchenos suspeitos de explodir as bombas durante a Maratona de Boston disse nesta sexta-feira (19) que seus filhos são inocentes e que estão em uma armadilha.
“É impossível, é impossível que ambos tenham feito uma coisa dessas. Eu estou realmente, realmente contando para vocês que isso é uma armação”, declarou Zubeidat Tsarnaev em entrevista telefônica transmitida pela rede de TV CNN.
A polícia de Boston está procurando durante todo o dia de hoje Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, identificado como um dos dois supostos autores do atentado a bomba durante a Maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de 180 feridos há quatro dias.
Seu irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, chamado pela polícia de "suspeito número 1", morreu durante uma perseguição no distrito de Watertown, a 10 km de Boston, na madrugada de hoje.
"Meu filho mais novo foi criado nos Estados Unidos desde os oito anos de idade. E o mais velho foi criado em nossa casa. Ninguém jamais falou em terrorismo", disse Zubeidat, a mãe dos jovens.
Segundo ela, o FBI (polícia federal americana) já acompanhava os passos de Tamerlan, o filho mais velho, morto durante emboscada na madrugada de hoje.
— Tamerlan realmente se envolveu com religão, religião política, cinco anos atrás. Mas ele nunca me disse que seria um jihadista.
Zubeidat revela que o FBI acompanhou Tamerlan "por três, cinco anos".
— Eles [os policiais] sabiam o que meu filho estava fazendo e quais páginas da internet ele acessava. Como isso pode ter acontecido? Eles acompanhavam cada passo do meu filho.
Antes de a mãe dos garotos comentar a caçada em Boston, o pais dos jovens também afirmou que seus filhos estão em "uma armadilha".
Tchetchênia
Os jovens, identificados pelo FBI entre milhares de imagens e vídeos registrados no local das duas explosões no final da Maratona de Boston, são de origem tchetchena e seguem a religião islâmica.
A família teria escapado da Tchetchênia nos anos 1990 em função do sangrento conflito nesta república russa do Cáucaso, que travou duas guerras com Moscou.
Segundo declarações de seu tio Ruslan Tsarni à televisão local, os irmãos cresceram no Quirguistão. Já o pai dos jovens vive hoje no Daguestão. Ambos na região do Cáucaso.
Antes de chegar aos Estados Unidos, onde se encontram há mais de cinco anos, eles também teriam vivido no Cazaquistão