Homenagem a Jotinha - Banda Magníficos


 


Homenagem a Jotinha — Filho de Monteiro, Orgulho do Forró

Por Vagner Lira


No coração do Cariri paraibano, em Monteiro, nasceu José Inácio da Silva, o nosso eterno Jotinha. Desde cedo, a música correu em suas veias, alimentada pelo cuidado de uma mãe dedicada e pelo incentivo de um pai trabalhador, que um dia lhe colocou nas mãos uma sanfona de 60 baixos. Aquele presente, simples aos olhos do mundo, carregava o poder de mudar destinos.

Foi com essa sanfona que Jotinha deu os primeiros acordes, aprendeu as canções que embalavam o sertão e descobriu que seu lugar no mundo estaria sempre ligado à música. Ao lado dos irmãos Josivaldo, Van e Neno, ele cresceu em um lar humilde, onde o trabalho e a união eram lições diárias. Ainda menino, trabalhou como engraxate, vendedor de picolé e carregador de feira, sempre guardando o que podia para investir no sonho que ardia em seu coração.

Aos quinze anos, conquistou um estágio no Banco do Brasil em Monteiro, mas, em vez de se acomodar, usou o salário para comprar instrumentos e fortalecer a ideia que já nascia: criar uma banda que levasse alegria e emoção ao povo. Em 1995, essa ideia se transformou na Banda Magníficos. O nome, escolhido por ele, traduzia a grandiosidade do projeto que, mesmo nascendo no interior, já tinha alma de gigante.

Nos primeiros tempos, o vocal era conduzido por Neno e, logo depois, novas vozes marcantes chegaram, como Luciene Melo e Walkyria Santos. Vieram sucessos que atravessaram gerações, Meu Tesão é Você, Me Usa, Carta Branca, e transformaram a Magníficos em uma das maiores referências do forró romântico no Brasil.

Mas, acima dos prêmios, discos vendidos e shows lotados, o que define a trajetória de Jotinha é a fidelidade às suas raízes. Ele sempre fez questão de lembrar de onde veio, de honrar o nome de Monteiro e de carregar consigo o exemplo dos pais e o apoio dos irmãos. Sua história é a prova de que talento, aliado a trabalho e humildade, pode transformar um menino do sertão em ícone nacional.

Hoje, falar de Jotinha é falar de coragem, superação e amor pela música. É lembrar que, um dia, um garoto recebeu uma sanfona e, com ela, construiu um legado que ecoa em cada acorde, em cada letra e no coração de quem ama o forró.

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