SÃO PAULO, SP
(FOLHAPRESS) - Um paciente de 55 anos recebeu vodca como tratamento para
intoxicação por metanol em uma unidade de saúde da cidade de São Paulo. A
bebida alcoólica foi administrada na UPA Vila Maria, na zona norte, por meio de
sonda nasogástrica, e o homem apresentou boa evolução clínica e já recebeu alta
médica.
Segundo a Prefeitura de
São Paulo, o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) de
Campinas (SP) recomendou a administração da bebida seguindo "protocolo
reconhecido e utilizado em situações emergenciais com bons resultados
clínicos".
Em nota, a Secretaria Municipal
de Saúde destacou que o procedimento foi acompanhado por um familiar do
paciente, que também é médico e levou a vodca de casa. Depois, já estabilizado,
o homem recebeu etanol injetável, antídoto específico que impede que o corpo
transforme o metanol em outras substâncias tóxicas no Hospital Municipal
Vereador José Storopolli, também na zona norte da capital paulista.
"O paciente seguiu
em tratamento com etanol farmacêutico ao longo dos dias, conforme orientação do
Centro de Assistência Toxicológica, apresentando boa evolução clínica e já
recebeu alta médica", afirma a secretaria. "A pasta reforça que o
município dispõe do antídoto, distribuído pela Secretaria Estadual de Saúde,
para atender as necessidades dos pacientes."
O cardiologista Marcus
Gaz, gerente médico das unidades avançadas do Einstein Hospital Israelita,
explica que o uso de bebidas alcoólicas como vodca é uma prática excepcional.
"Um dos antídotos -e o único disponível hoje no Brasil na prática para
intoxicação por metanol- é o etanol farmacêutico. Ele nada mais é do que o
álcool presente nas bebidas, mas em forma controlada e segura para uso clínico."