O governo anunciou que zerou a alíquota da Cide incidente na venda da gasolina e do óleo diesel.
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (22) um reajuste de 7,83% nos preços da gasolina e de 3,94% no diesel, segundo comunicado da companhia. O aumento não deve chegar às distribuidoras e aos consumidores.
Logo em seguida ao comunicado da Petrobras, o governo anunciou que zerou a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente na venda da gasolina e do óleo diesel. De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, os preços, com impostos, cobrados das distribuidoras e pagos pelos consumidores não terão aumento.O reajuste da Petrobras é válido a partir de 25 de junho, nas refinarias. Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste, não incluem os tributos federais Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e PIS/Cofins, nem o tributo estadual ICMS, disse a empresa.
Segundo a estatal, "esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo".
A Petrobras divulgou na semana passada um plano de negócios com investimentos de US$ 236,5 bilhões para o período 2012-2016, contando com reajuste nos preços dos combustíveis para torná-lo viável.
Aumento de combustíveis foi assunto nos últimos dias
A possibilidade de aumento nos combustíveis foi comentada por representantes do governo e da Petrobras nesta semana, após o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ter recuado ao afirmar que o ajuste nos preços de combustíveis está "sempre em análise". Na semana passada, ele havia descartado qualquer aumento.
Na sexta-feira passada, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que o plano de negócios da estatal para o período de 2012 a 2016 só será viável se houver aumento nos preços dos combustíveis.
Plano de negócios
A Petrobras divulgou, na última semana, seu novo plano de negócios para o período entre 2012 e 2016, de US$ 236,5 bilhões.
A estatal aumentou em 5,25% os investimentos em relação ao plano anterior (2011 a 2015), de US$ 224,7 bilhões, mas cortou as metas de produção de petróleo e gás.
Agora a Petrobras espera alcançar a produção de 3,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe) em 2016, volume 18% menor que a produção de 3,99 milhões de boe prevista para 2015, segundo o plano anterior.
Para 2020, o novo programa de investimentos prevê produção total de 5,7 milhões barris de óleo equivalente/dia considerando os ativos no exterior, volume 10% menor que os 6,4 milhões de boe previstos anteriormente para o mesmo período.
A empresa espera manter o nível de produção de petróleo em 2012 e 2013 em linha com 2011, cuja meta de produção era de 2,1 milhões de barris diários (bpd) no Brasil. A estatal, porém, não cumpriu esta meta e produziu 2,02 milhões de barris/dia no ano passado. Até 2015 a Petrobras prevê acréscimo de 1,2 mi bpd em sua capacidade de extração atual.
A área de exploração e produção de petróleo e gás natural concentrará o maior volume de investimentos, de US$ 141,8 bilhões, equivalente a 60% do total. No plano anterior estavam destinados US$ 127,5 bilhões.
O segmento de refino, que tem causado prejuízos à estatal devido ao crescimento da importação de gasolina, sofreu um corte de 5,1 bilhões de dólares. Terá US$ 65,5 bilhões, ou 27,7% do total, contra US$ 70,6 bilhões, ou 31% do investimento total, do plano passado.
As áreas de Gás e Energia, Petroquímica e Biocombustíveis se mantiveram com os níveis de investimentos semelhantes aos previstos anteriormente.
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