Mais de três anos após a brutal tentativa de feminicídio, o júri popular enfim se aproxima. “Não descansaremos até que a justiça seja feita por Rossana”, declara o advogado Valter Campos.
O caso que chocou a cidade de Monteiro, no Cariri paraibano, em 28 de junho de 2022, finalmente avança para sua etapa final. Com o trânsito em julgado do agravo em recurso especial interposto pela defesa do réu José Anderson da Silva, confirmado no último documento juntado ao processo, o Juízo da 1ª Vara Mista de Monteiro está agora autorizado a iniciar os preparativos para aprazar o júri popular, etapa há muito aguardada pela população.
A vítima, Rossana Álvaro Queiroz, sobreviveu após sofrer golpes brutais, em um crime inicialmente classificado como tentativa de feminicídio. Desde então, a sociedade monteirense acompanha o andamento do processo com expectativa e indignação diante da longa espera para que o acusado seja submetido ao Tribunal do Júri.
Após sucessivos recursos apresentados pela defesa, incluindo recurso especial ao STJ e habeas corpus ao STF, todos negados, o processo encontra-se livre de pendências que impediam o seu regular prosseguimento.
Com isso, resta à Justiça local preparar a sessão plenária, que finalmente colocará José Anderson da Silva perante o julgamento dos jurados.
A cidade vive um misto de alívio e tensão. Organizações de defesa das mulheres e familiares da vítima reforçam que a marcação do júri representa não apenas um passo importante no caso de Rossana, mas também um símbolo de luta contra a violência de gênero que ainda assombra a região.
Em declaração oficial, o advogado Valter José Campos, afirmou:
“Monteiro espera há mais de dois anos para que este crime bárbaro seja enfrentado diante do Tribunal do Júri. Não buscamos vingança, buscamos justiça. E justiça atrasada é dor prolongada. Agora, com o trânsito em julgado, não há mais motivos para demora: é hora de o povo de Monteiro ser ouvido e de Rossana finalmente ter sua voz reconhecida.”
Com a fase recursal encerrada, a expectativa é de que a Justiça agende a sessão do júri já nos próximos meses, trazendo um novo capítulo na busca por verdade, responsabilização e proteção às mulheres da Paraíba.