A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB)
 realiza na tarde desta sexta-feira (19), em Monteiro, uma audiência 
pública durante visita da Comissão Externa do Senado, criada para 
fiscalizar as obras do projeto de Transposição de águas do Rio São 
Francisco. A audiência terá a presença do ministro da Integração 
Nacional, Fernando Bezerra, e será realizada na Câmara Municipal. Serão 
debatidas com o ministro e os senadores soluções para a problemática da 
seca no semiárido paraibano.
A comissão do Senado, presidida pelo 
paraibano Vital Filho (PMDB), tem ainda a presença dos senadores Cícero 
Lucena (PSDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB). Serão vistoriadas as obras do 
Eixo Leste, em Monteiro, além dos municípios de Floresta, Custódia e 
Sertânia, em Pernambuco.
O presidente da ALPB, Ricardo Marcelo 
(PEN), destacou que, entre os dias 04 e 07 de setembro de 2012, a Casa 
de Epitácio Pessoa realizou uma visita de inspeção às obras, percorreu 
1.900 quilômetros nos eixos Norte e Leste do projeto e constatou alguns 
problemas, a exemplo da paralisação em trechos da obra e problemas 
ambientais nos rios Paraíba e Piranhas, entre outros.
Na oportunidade, a ALPB elaborou um 
relatório, que foi encaminhado à Presidência da República, ao Congresso 
Nacional e autoridades dos nove estados nordestinos – elencando 14 
sugestões para viabilizar a conclusão do projeto e otimizar sua 
execução. Ricardo Marcelo ressalta que ‘a transposição das águas do Rio 
São Francisco é uma bandeira de luta da Assembleia Legislativa da 
Paraíba’. “A seca vem maltratando muito os nordestinos e essa obra vai 
matar a sede de muita gente e trazer desenvolvimento para a nossa região
 que é tão sofrida”, disse o presidente.
Nesta quinta-feira (18), o deputado 
Francisco de Assis Quintans (presidente da Frente Parlamentar da Seca da
 ALPB), disse esperar que o ministro da Integração traga informações 
consistentes com relação a execução da obra, que “não pode continuar 
abandonada ou paralisada em alguns lugares e em passo de tartaruga em 
outros”. Já o deputado Gervásio Filho (PMDB) disse que irá aproveitar a 
oportunidade para entregar a Fernando Bezerra documento solicitando a 
inclusão da Paraíba no projeto da adutora do Rio Pajeú, que vai 
contemplar 20 municípios do vizinho Estado de Pernambuco.
De acordo com Gervásio, a sua proposta 
encontra respaldo no Tribunal de Contas da União (TCU) que sugeriu que a
 Paraíba entre na rota do sistema adutor do Pajeú.  Ainda segundo o 
deputado, pela sugestão do TCU a Paraíba será contemplada em oitos 
municípios: Princesa Isabel, Imaculada, Desterro, Livramento, São José 
dos Cordeiros, Taperoá, Teixeira e Cacimbas, que juntos tem mais de 60 
mil habitantes.
A presidente Dilma Rousseff garantiu que 
as obras de transposição do São Francisco devem ficar prontas em 2015, e
 que até o ano que vem pelo menos 100 quilômetros já estarão prontos. 
Além disso, o custo foi reajustado para R$ 8,2 bilhões, e deve ainda ter
 novo reajuste.
Caravana da Seca
Ricardo Marcelo também destacou as ações 
realizadas pela ALPB dentro da “Caravana da Seca” e da campanha “SOS 
Seca PB”. No último dia 04 de março, o presidente e uma comitiva de 
deputados entregaram a presidenta Dilma Rousseff (PT), durante sua 
visita a Paraíba, cópias dos relatórios das visitas de inspeção da ALPB 
ao projeto de transposição de águas do Rio São Francisco, da Caravana, 
cópia da Carta da Paraíba e o relato da possibilidade de 111 mil 
famílias perderem suas propriedades rurais por endividamento com bancos 
oficiais.
Após analisar os documentos, Dilma 
anunciou um plano de ações emergências e estruturantes para combater a 
seca. Com o anuncio Ricardo Marcelo disse que a resposta da presidenta é
 uma grande demonstração do que o poder Legislativo é capaz de fazer em 
prol da população.
Agenda Positiva
A agenda positiva de combate a seca da 
Casa de Epitácio Pessoa foi intensificada no dia 20 de junho de 2012, 
quando o deputado Francisco de Assis Quintans (presidente da Frente 
Parlamentar) foi designado pelo presidente Ricardo Marcelo para visitar 
as obras do projeto de Transposição de Águas do Rio São Francisco 
executadas no Eixo Norte, região de São José de Piranhas (PB), e não 
ficou satisfeito com o que viu, pois o cenário era de obras paralisadas.
 A partir daí, a ALPB formou uma comissão para fiscalizar as obras da 
bacia Leste do projeto de Transposição de águas do Rio São Francisco, 
que desemboca na cidade paraibana de Monteiro.
Em setembro, após a primeira visita de 
Quintans (presidente da Frente Parlamentar da Seca) em junho, a comissão
 do poder Legislativo, composta por parlamentares, técnicos e 
representantes do Executivo e da sociedade civil organizada fez uma 
visita para fiscalizar o andamento de trechos da obra e coletou 
informações para elaboração de um relatório contendo sugestões para 
viabilizar a conclusão do projeto e aperfeiçoar sua execução.
Representando a ALPB, Quintans viajou a 
Brasília para entregar o relatório às autoridades.  O documento, 
contendo 14 sugestões para viabilizar a conclusão do projeto e otimizar 
sua execução, foi distribuído com deputados federais e estaduais, 
senadores e encaminhado à Presidência da República, Ministério da 
Integração Nacional e a Mesa Diretora das assembleias e governadores dos
 nove estados nordestinos.
Entre as sugestões apresentadas no 
relatório está a criação pelo Governo do Estado de um Grupo de Trabalho 
Multidisciplinar para estudar os problemas ambientais que irão ocorrer 
com a entrada das águas no Estado. A agilização de obras sanitárias nos 
54 municípios paraibanos que serão beneficiados com o projeto e a 
proposta de fortalecimento da Agência Executiva de Gestão da Águas 
(Aesa) também integram a lista.
Durante a visita a capital federal, o 
democrata encontrou os representantes da Comissão Especial Externa no 
Senado, também criada para tentar solucionar os problemas das obras de 
transposição. Ele também contou com o apoio da bancada federal paraibana
 no Congresso Nacional, além do ministro das Cidades, o paraibano 
Aguinaldo Ribeiro (PP) e a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi 
Hoffmann.
Quintans informou aos parlamentares e 
ministros, que durante a visita de inspeção, a comitiva se deparou com 
máquinas paradas e a vegetação tomando conta das obras. “Nem com as 
máquinas mais modernas essa construção ficará pronta em três anos”, 
afirmou.
A obra do projeto da Transposição de Águas
 do Rio São Francisco começou em 2007 e foi orçada em R$ 4,5 bilhões. 
Hoje ela custa R$ 8,2 bilhões. A previsão para conclusão era 2012, mas 
atualmente o Governo Federal já fala que a obra será finalizada em 2015.
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