Em nota, o Ministério das Relações Exteriores ignora o fato de a guerra em Gaza ter sido deflagrada por ataque terrorista contra civis israelenses
Mais uma vez, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as ações israelenses na Faixa de Gaza. O ataque da vez partiu de comunicadoque o Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou à imprensa na tarde desta sexta-feira, 22. No texto, o Itamaraty reclama do que define como “uso da fome como método de guerra”.
A nota da vez do governo brasileiro parte de recente levantamento do Comitê de Revisão da Fome da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC). De acordo com a entidade, que conta com apoio da Organização das Nações Unidas, há, na Cidade de Gaza, cerca de 500 mil pessoas em “condições catastróficas de fome, indigência e morte”.
Os dados, no entanto, não contam com validação por parte das autoridades israelenses. Em livro recém-lançado, o major Rafael Rozensajn, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, afirmou que o Brasil convive “com desinformação” a respeito do conflito no Oriente Médio.
Apesar de carecer de validação, o Itamaraty aproveitou o material do IPC para cobrar a retirada militar de Israel da Faixa de Gaza. Dessa forma, o governo brasileiro entende que o enclave palestino viverá em paz.
“O governo brasileiro reafirma, ainda, a necessidade de pronta interrupção dos ataques israelenses a Gaza”, afirma o MRE. “E de renúncia a quaisquer planos de escalada das operações militares e de nova invasão da Cidade de Gaza, ações que agravarão a catástrofe humanitária na Faixa.”
Itamaraty ignora ações do Hamas
Ainda no comunicado desta sexta-feira, a diplomacia brasileira defendeu a criação de um Estado independente da Palestina. Conforme a defesa do governo Lula, esse país teria soberania sobre os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Além disso, defende a gestão petista, teria Jerusalém Oriental como capital.
Em cinco parágrafos, o Itamaraty ataca Israel e defende a criação do Estado palestino, mas ignora as ações do grupo terrorista Hamas, que, até as ações militares israelenses, controlava livremente a Faixa de Gaza. A equipe do MRE não cita, por exemplo, que o atual conflito na região foi deflagrado em 7 de outubro de 2023. Na data, terroristas deixaram o enclave palestino e invadiram o sul de Israel. Civis foram assassinados, estuprados e sequestrados. Até hoje, mais de 50 pessoas seguem mantidas como reféns.
A nota desta sexta-feira reforça o posicionamento do governo Lula em relação ao Hamas e às autoridades israelenses. O presidente brasileiro chegou a comparar as ações militares de Israel em Gaza ao nazismo. Além disso, no mês passado, o petista aderiu ao processo internacional que acusa Israel de genocídio e tirou o Brasil da aliança em memória do Holocausto.
Historicamente, o PT, partido de Lula, mantém boa relação com o grupo terrorista. Em 2021, deputados petistas integram o grupo de parlamentares de esquerda que divulgaram nota em apoio ao Hamas. Entre os signatários estavam o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Com informações revista oeste