Na manhã do último
domingo (30) um jovem de 19 anos, identificado como Gerson de Melo Machado,
morreu após invadir o recinto das leoas, no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a
Bica, em João Pessoa (PB). A família informou que Gerson tinha diagnóstico de esquizofrenia
e histórico de parentes com transtornos mentais, mas nunca recebeu
acompanhamento psicológico contínuo. O episódio comoveu o país e acendeu o
alerta para os cuidados com a saúde mental.
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,6 milhão de brasileiros sejam
diagnosticados com esquizofrenia. Ainda segundo a OMS, normalmente os sintomas
começam a se manifestar na adolescência, sendo a terceira maior causa de perda
de qualidade de vida entre pessoas de 15 e 44 anos de idade.
O neuropsicólogo da
Hapvida, Samuel Cavalcanti, explica que a esquizofrenia é um transtorno mental
crônico e grave que afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta,
levando a uma desconexão com a realidade.
Ele afirma que o
problema envolve um conjunto de fatores sociais, afetivos e clínicos que
precisam ser considerados desde cedo. Segundo ele, a falta de cuidado e afeto
na infância, somada à ausência de tratamento contínuo, pode favorecer
comportamentos de risco e aumentar a vulnerabilidade de pessoas com sintomas
psicóticos.